Fundado por amor, mantido pela tradição: o sítio onde a Amadora ainda come com alma

No centro da Amadora, entre azulejos antigos e o cheiro a alho na chapa, há um sítio que continua a alimentar gerações com alma e tradição: a Cervejaria Bogotá. Numa cidade em constante mudança, este espaço resiste como um verdadeiro símbolo da comida portuguesa feita com honestidade, tempo e muito sabor.

O amor que deu origem à Cervejaria Bogotá

O nome remete à capital da Colômbia, mas a história da Cervejaria Bogotá começa mesmo na Amadora — e com um toque romântico. Reza a lenda que o fundador da casa viveu uma paixão intensa com uma jovem colombiana. O romance pode não ter durado, mas o nome ficou, e com ele nasceu uma casa que ainda hoje é referência para quem gosta de comer bem.

Actualmente, mais de 80 anos depois, a casa está nas mãos de Carlos Pires, que faz questão de manter viva a essência original. Aqui, o lema “bom e barato” não é marketing — é uma promessa cumprida todos os dias.

Cervejaria Bogotá
Cervejaria Bogotá

Na Cervejaria Bogotá, o prego no pão é rei (mas não vem sozinho)

É impossível falar da Cervejaria Bogotá sem destacar o seu prego no pão. Grelhado com generosidade de alho, suculento por dentro e servido em papo-seco, é uma verdadeira instituição local. Há quem venha de propósito, mesmo fora de horas, para matar saudades do sabor.

Mas o prego não está sozinho no trono. Os salgados caseiros, como os croquetes e os rissóis, têm fama merecida e custam apenas 1,40€. Para quem prefere uma refeição completa, os pratos do dia — como dobrada, arroz de pato, pernil no forno, mão de vaca com grão ou galinha de cabidela — são servidos em doses generosas, com preços entre os 8€ e os 12€.

A alma da Cervejaria Bogotá mora nos detalhes

Entrar na Cervejaria Bogotá é recuar no tempo — mas de forma calorosa. Os azulejos dos anos 80 continuam a revestir as paredes, e as antigas garrafas de whisky que decoram as prateleiras parecem guardar histórias de outros tempos.

Carlos faz questão de manter tudo com autenticidade. E tem a sorte de contar com a Maria de Fátima, cozinheira que aprendeu as receitas com a antiga patroa. “Ela conhece cada prato de olhos fechados”, conta, orgulhoso. É essa continuidade que mantém viva a essência da casa, sem modernices ou desvios daquilo que sempre funcionou.

Sobremesas caseiras: o final feliz

Na Cervejaria Bogotá, a refeição só termina com um doce. Todas as sobremesas são feitas na casa e sabem a conforto: arroz-doce, mousse de chocolate, bolo de bolacha e pudim de ovos. Cada uma custa menos de 3€, o que torna a escolha ainda mais fácil.


Mais do que um restaurante, a Cervejaria Bogotá é um pedaço da história viva da Amadora — um local onde a comida tem sabor, a tradição é respeitada e os clientes são tratados como velhos amigos.

Se ainda não conhece, não sabe o que está a perder. E se já conhece, sabe bem que há sabores e sítios que resistem ao tempo — e ainda bem.

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